segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Republicanos | Biografias

Alves da Veiga (Augusto Manuel)
Político e diplomata (Mirandela, 1850-1934)

Foi um dos republicanos que fizeram a revolta do Porto, em 31 de Janeiro de 1891. Formou-se em direito na Universidade de Coimbra, no ano 1874. Foi nessa altura que se tornou republicano, tendo redigido um semanário intitulado Republica portugueza, em que também colaboraram os Sr. Magalhães Lima, Alves Morais, Lopes de Mello, Álvaro de Mendonça, Almeida Ribeiro, ainda estudantes, Manuel de Arriaga, Silva Pinto e Albano Coutinho. No começo da sua vida de estudante, redigira igualmente um periódico chamado: o Lyceu. Quando deixou a Universidade, instalou-se no Porto, como advogado. Foi também professor.
Mas o que mais o entusiasmava era a propaganda republicana, à qual dedicou todos os sacrifícios. Fundou no Porto um jornal para advogar as suas ideias, com o título: A Discussão, que durou pouco tempo, e nem uma hora sequer deixou de cumprir o seu dever de democrata sincero e devotado.
Orador eloquente tomou parte em quase todos os comícios e reuniões que por esse tempo se realizaram no país. A sua palavra era escutada religiosamente e sempre aplaudida como a dum apóstolo. Em 1875 e 1876, quando fixou a residência no Porto, foi um dos redactores da Actualidade, jornal que se publicou pare se fundar o centro eleitoral republicano, e na lista do governo provisório figura o seu nome. Propôs-se como candidato republicano pelo Porto, mas perdeu a eleição. Na revolta de 31 de Janeiro de 1891, foi ele que leu, das janelas da Câmara Municipal, a proclamação do novo governo ao povo. Tendo-se malogrado a revolução, emigrou para Paris.
Após o 5 de Outubro de 1910 tornou-se ministro de Portugal em Bruxelas, onde se manteve quase até á morte.
Obra principal: Política Nova. Ideias para a Reorganização da Sociedade Portuguesa, 1911.
Ana Catarina Vilaça, 6ºC, nº1

Basílio Teles
Professor e escritor ( Porto, 14 de Fevereiro de 1856 – 10 de Março de 1923)

Frequentou a Academia Politécnica e depois a Escola Médico-Cirúrgica, mas sem chegar a formar-se. Foi professor, leccionou Literatura, Filosofia e Ciências Naturais, ao mesmo tempo que colaborava em diferentes jornais políticos e literários.
Filiou-se no Partido Republicano, colaborando nos principais jornais que se publicavam em Lisboa o no Porto. Fez parte do Clube de Propaganda Democrática do Norte, ao qual prestou excelentes serviços. Por ocasião dos acontecimentos de 31 de Janeiro de 1891 foi obrigado a exilar-se, após o fracasso da revolta, morando no estrangeiro até que uma amnistia o fez regressar à pátria. Tendo alinhado entre os mais activos combatentes do seu partido, consagrou-se então, a estudos de ordem política, social e económica e a ensaios históricos, deixando a política activa.
Sem deixar de defender os seus ideais e de acompanhar os diferentes movimentos do partido em que se alistou e de que é uma das figuras de maior prestígio pelo seu talento e pelas qualidades do seu carácter, recusou altos cargos no Partido Republicano.
Obras principais:
Além da sua colaboração em diferentes jornais e revistas políticas e literárias, publicou as seguintes obras: Carestia da vida nos campos; Estudos históricos e economicos; Introdução ao problema do trabalho nacional; Problema agrícola (credito e imposto), Porto, 1899; Do ultimatum ao 31 de Janeiro, 1905; As Ditaduras, 1907; O Regime revolucionário, 1911.
Diogo Maciel, 6ºC, nº8

João Pinheiro Chagas
Jornalista e escritor (1 de Setembro de 1863 - 28 de Maio de 1925)

Nasceu no Rio de Janeiro a 1 de Setembro de 1863, sendo descendente duma família de Liberais, que no período das lutas civis teve de emigrar. Veio para Portugal, e foi educado em Lisboa, indo depois para o Porto, onde, dedicando-se ao jornalismo, entrou, em 1883, para a redacção do Primeiro de Janeiro.
Depois de permanecer alguns anos naquela redacção, veio para Lisboa com a ideia de montar um jornal republicano, e colaborou então nos seguintes jornais: Tempo, Correio da Noite e O Dia. Fundou o jornal a Republica Portuguesa, onde muito se distinguiu na polémica política vigorosa contra as instituições, pela veemência da argumentação, e pela forma artística que dava aos seus artigos.
Em 1890, após a fraca reacção do governo ao Ultimatum de Inglaterra de 11 de Janeiro, mas que promoveu em todo o país uma profunda agitação, escreveu com a sua reconhecida energia uma série de artigos sobre o assunto. Foi um dos jornalistas mais violentos no ataque às instituições monárquicas e à política situacionista. Esta sua atitude envolveu-o naturalmente em alguns processos, tendo sido preso na Relação. Foi condenado, por um desses processos, em 26 de Janeiro de 1891, a 10 dias de prisão, sentença que estava ainda cumprindo quando no dia 31 desse mês rebentou a revolta no Porto.
Como a sua atitude na Republica Portuguesa fosse de ataque violento, e nalguns artigos apelasse para a intervenção do exército como o meio mais rápido de vingar o insulto que a nação recebera de Inglaterra, expiados os 10 dias da sentença, continuou ainda preso na Relação, come cúmplice da revolta e um dos seus principais promotores, sendo como tal julgado nos conselhos de guerra que funcionaram em Leixões.
Implantada a República, é nomeado ministro em Paris, onde se manteve até 1923. Em 1911 chefiou o I Governo Constitucional.
Obras principais: Cartas Políticas,1908-1910, em cinco volumes; Diário de João Chagas, 1929, em quatro volumes, e Correspondência Literária e Política com João Chagas, 1937, em três volumes.
Catarina Pereira, 6ºC, nº3

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