segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Cartas de 31 de Janeiro de 1891

Em articulação disciplinar de Língua Portuguesa e História e Geografia de Portugal, os alunos do 6º ano elaboraram cartas de correspondência com familiares e amigos. Encarnaram uma personagem histórica que viveu no passado, num dia muito concreto, dia 31 de Janeiro de 1891, na revolta armada contra a Monarquia que ocorreu na cidade do Porto. Observa as cartas enviadas que retratam o acontecimento histórico já referido.
Porto, 31 de Janeiro de 1891

Minha querida amiga:
Este dia ficara marcado na História de Portugal; pois na Rua Santo António tentaram fazer a implantação da República. No entanto, o cortejo de muitos militares foi bruscamente interrompido por uma forte carga de artilharia e fuzilaria da Guarda Municipal do Porto, na escadaria da igreja de Santo Ildefonso, no topo da rua.
Terão sido mortos 12 revoltosos e 40 feridos!
Não sei como irás receber esta notícia; mas a cidade do Porto tem vivido momentos muito difíceis. Foi a Revolução liberal, a guerra civil e agora isto. Gritavam «Viva a República! Viva a República!» mas eu nem sei muito bem o que significa. Parece que querem acabar com a monarquia. Já viste que a Família Real pode ser obrigada a fugir de Portugal?
Minha querida amiga espero que te encontres bem. Os meus tios já recuperaram? Espero notícias tuas.
Um abraço muito sentido da tua amiga
Micaela (6ºC)
Porto, 31 de Janeiro de 1891

Minha querida prima,
Este dia ficará na memória da cidade do Porto e do País, porque tentaram Implantar a República e acabar com a Monarquia, hoje mesmo. Foi só uma tentativa. O cortejo dos militares foi interrompido por uma forte carga de artilharia e fuzilaria da Guarda Municipal, posicionada na escadaria da igreja de Santo Ildefonso. Terão sido mortos 12 revoltosos e 40 feridos. Os revoltosos ouviram o Governo provisório da República, e hastearam uma bandeira vermelha e verde, quando a nossa azul e branca é tão bonita, com fanfarra, foguetes e vivas à República. A multidão decide subir a Rua de Santo António, em direcção à Batalha, com o objectivo de tomar a Estação de correios e telégrafos. Não conseguiram, mas foi pena, porque muitas pessoas morreram e outras foram presas e condenadas a muitos anos de prisão. Vê lá tu, que os julgamentos foram nos barcos que estavam ao largo de Leixões. Nunca tínhamos visto tal coisa! Viver na cidade do Porto é emocionante! Acontecem tantas coisas! Foi a guerra civil entre os dois irmãos, foi a Revolução Liberal uns anos antes, agora queriam acabar coma a Monarquia. Digo-te, minha prima, que se vive intensamente nesta cidade. Aguardo notícias tuas e dos nossos familiares, que de certeza vivem calmamente e na paz dos anjos.
Um grande beijo da tua prima
Mariana Silva (6ºC, nº17) 

Porto, 31 de Janeiro de 1891
Meu querido amigo,
Este dia foi marcante na História de Portugal. Neste dia, 31 de Janeiro de 1891 deu-se uma revolta que tinha como objectivo a implantação do regime republicano em Portugal. A revolta foi na cidade do Porto.
Os revoltosos desceram a Rua do Almada, até à Praça de D.Pedro (hoje Praça da Liberdade) e em frente ao edifício da Câmara Municipal do Porto ouviu-se Alves da Veiga a proclamar governo provisório e a hastear a bandeira vermelha e verde. Este acontecimento, foi festejado com alegria e foguetes. Mas o festivo cortejo foi interrompido com muitos militares da artilharia e fuzilaria da Guarda Municipal, que estavam na Igreja de Ildefonso, vitimando 12 revoltosos e 40 feridos. Os revoltosos foram julgados a bordo de navios de guerra, ao largo de Leixões. Para além de civis, foram julgados 505 militares. Foram condenados entre 18 meses e 15 anos de prisão, mais de 200 pessoas.
E então envio-te esta carta para te informar. Como está a tua família? Ouvi dizer que o teu tio está doente?
Um grande abraço do teu amigo,
João Nuno (6ºC)
 
Porto, 31 de Janeiro de 1891
Minha querida amiga,
Foi um dia fantástico, este dia ficará marcado na história de Portugal…
Hoje, 31 de Janeiro deu-se a primeira revolta armada contra a monarquia. Só se via militares, de um lado para o outro, uma confusão tremenda. Canhões a explodir, armas a atirar, e a coisa mais horrível foi ver as pessoas mortas no chão, a caírem, feridos, sangue por todo o lado… nunca vi tantos mortos na minha vida…
O guarda municipal, fiel à monarquia conseguiu vencer as pessoas revoltadas.
Tive tanto medo no meio daquilo tudo, a ver aquele terror, mas o que interessa é que eu estou bem e tu? Tens novidades? Não aconteceu nada de revolucionário por ai? Estou cheia de saudades tuas… um conselho, não venhas aqui agora, esta tudo numa confusão! Um beijo muito grande,
 Bárbara Gomes (6ºB, nº4)
Rua 31 de Janeiro, actualmente no Porto

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